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Autor: Silvio Köhler

 

Custeio de Matéria-prima e custos operacionais conjuntos

 

     Do processo de extração(esmagamento) da soja, surgem os coprodutos: Óleo bruto (ainda não refinado) e farelo de soja.  Assim, também em outras oleaginosas como milho, canola e Girassol. Do abate e processamento de aves, surgem os cortes: Peito, Coxa com sobrecoxa, ... Da mesma forma, no abate e processamento de suínos, bovinos etc. surgirão diversos coprodutos. 


     Todos estes, são derivados de uma única matéria-prima. Denominada então, de matéria-prima conjunta. A distribuição dos custos da matéria-prima conjunta, é um, entre outros, dos desafios que surgem na implantação de um sistema de custeio integrado a contabilidade financeira (legal). Isto porque, por mais racionalidade que se busque, sempre haverá níveis de arbitrariedade. Por vezes até maiores do que as tradicionais regras (critérios) de alocação dos custos fixos operacionais do(s) processo(s) de manufatura(s). 


     Esta racionalidade, é e será encontrada em parte, em regras de mercado da atividade em que o processo está integrado. As variações de preços das matérias-primas conjuntas e consequentemente de seus coprodutos, acontecem por fatores diversos.  Oscilações dos níveis de ofertas e demandas, sazonalidades, eventos climáticos etc.  Nesse cenário, surge a expectativa de que todos os coprodutos,  devam ter possibilidade de gerar resultados. E é essa expectativa, que irá nortear um dos métodos – talvez o mais racional – de apropriação do custo de matéria-prima conjunta aos coprodutos.


     Todos os coprodutos irão receber no processo de custeio de um período, um valor de custo de matéria-prima, com base na participação da receita de venda de cada coproduto produzido em relação a receita total da produção do período. A seguir, um exemplo desse método, conhecido como Método do Valor de Mercado.


     Este método – entre os demais – é o mais utilizado. Como já afirmado, ele permite que cada coproduto possa ser entendido como viável, na geração de margens e resultados. 


     Existem outros métodos. Cada um com suas arbitrariedades e incertezas. O método dos volumes produzidos é um deles. Nele, a não similaridade (de valores de mercado e de agregação de custos) promoverá distorções  que o farão ser abandonado.  Outro método – Igualdade do lucro bruto – pode não estabelecer correlação alguma com as existências dos coprodutos.  

 
     Esse tema, como outros na contabilidade de custos, merece sempre apreciação com profundidade na determinação (escolha) do método e,  continuidade quanto a adoção prática.  Para que sejam entendidos os seus efeitos, tanto na contabilidade legal (contabilidade de custos integrada) quanto na gerencial (formação de preços e indicadores).